AS ADOLESCENTES

 Pensei que o tema do Enem poderia ter sido a  prostituição. Não no se sentido comercial, apenas do prazer: do sexo.
Gostaria de entender o que se passa na cabeça das adolescentes de hoje. Algumas delas pensam que perder a virgindade, significa perder a vergonha e o caráter. Acham que perdem o valor enquanto cidadã de respeito e de família. Passam a viver mais nas ruas e baladas do que em casa, abandonam os estudos ou não o levam a sério. Não querem saber do futuro independente com trabalho e dinheiro saudável para ter o que desejam. Muitas procuram imitar a vida da Bruna Surfistinha, um péssimo exemplo para quem pensa em vencer na vida sem tantos riscos. Cerca de 90% das crianças que nascem no Brasil, são por acidente, por gravidez indesejada, sem planejamento, e isso é visto como normal até pelas próprias famílias. E dizem: é a modernidade.
 Observando a chamada "vadiagem", os homens têm, ou deveriam ter uma preocupação: não contrair doenças; as mulheres, por seu corpo, teriam duas: não contrair doenças e não engravidar. Mas, sabemos que a responsabilidade é dos dois, na prática, só quando se assume.
Essa situação já virou epidemia e quem está sofrendo dobrado são os pais e avós que estão assumindo a criação dos netos e bisnetos enquanto as mães continuam procurando aumentar a procriação. E mais, se pelo menos soubessem quem é o pai, poderia colocar um nome digno no filho com sobrenome reconhecido para que essa nova criatura sofresse menos na vida. Ao menos uma identidade. Mas, quem disse que na hora do prazer, elas pensam nisso! Nem nisso!
 Não pensam nem que o custo de uma camisinha é muito inferior a uma lata de leite ou ao trabalho que vai dar criar e educar uma criança. Aliás, criar, por que se ela ainda não se educou, como vai educar uma criança?
O que contribui para essa situação? O Bolsa Família do Governo? A ajuda pelo nascimento que também o governo paga? As novelas que estimulam a ousadia, a ostentação e o modismo? Da família que deixou chegar a esse ponto, sem nenhum controle? Da educação de casa e da escola que não trabalham juntos num projeto educacional? Os programas de TV que incentivam o culto ao corpo e a nudez? A internet com as redes sociais que abrem acessos democráticos ao espelho e ao banheiro para as adolescentes mostrarem seu corpo e suas "vergonhas"? O facebook virou terra de todos para tudo, sem limites, sem pudor, sem respeito. Todos escrevem o que pensam e para todos verem, sem medir consequências e achando que está no sofá de sua casa ou no seu quintal que pode dizer o que quiser. 
 Diferentemente de alguns chats, o facebook não tem área de discussão, é um canal só com tudo, até provocações e xingamentos as pessoas colocam, pois acreditam que outras pessoas de sua rede precisam ver. É dessa forma que as adolescentes se prostituem na prática e na rede mundial de computadores.  Para elas, depois de usadas, querem mais é serem abusadas. Não estão nem preocupadas com os estudos, nem com trabalho, nem com filhos, nem com o futuro. Só pensam em copular. Coisas do tempo de hoje ou antes era assim? Nessa fase, até a linguagem muda, os palavrões aparecem, discutem com os pais e não escutam bons conselhos. Prevalece a frase: a vida é minha eu faço o que quiser. Mas será que não dá para fazer sem sacrificar, pelo menos a família? Ou um ser humano que pode vir ao mundo e sequer saber por onde anda a mãe e o pai?
Os meninos que não ligam para a situação, pois só querem fazer o que elas permitem e gostam, não vão recusar nenhum prazer, mas não querem ter "dor de cabeça" com problemas familiares. Nisso eles pensam mais que as meninas, acredite! Eles se envolvem com drogas, bebidas, sexo, mas não querem saber de filhos. E dizem: elas que se cuidem.
As adolescentes, algumas inexperientes na vida e no ramo, não se cuidam, não se valorizam e acabam tendo problemas mais sérios, psicológicos, emocionais, sociais e familiares. Está virando uma questão de saúde pública sem classe social, embora nas camadas mais pobres a situação seja mais delicada.
Enfim, que sociedade estamos criando hoje para um futuro próximo? Aonde vamos parar? Já está na hora de as instituições sociais: família, governo, escola e outras darem as mãos e elaborarem um projeto mais consistente visando a socialização dos adolescentes ou as ruas perigosas e a prostituição precoce tomarão o lugar do bem-estar social. É o início do caos adolescente.

Este texto tem intenção reflexiva e não de punição, preconceito ou condenação de qualquer meio de vida. 

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