Música se discute? Algumas pessoas defendem que não. Mas acredito que não é uma questão de discussão, e sim, de aceitação. Muitos falam em questão de gosto e que gosto não se discute. Isso partindo do princípio da liberdade de escolha, porém, essa liberdade torna-se ilimitada e passa a impressão de que não temos nenhum compromisso com o lado educativo da sociedade.
Então, para que serve a música? Para
descontrair? É só um barulho ao “pé-de-ouvido”? É um ritmo alucinante para
fazer dançar? É só uma voz suave que faz amar ou sofrer? Ou um monte de
instrumentos acompanhados com uma voz feitos para ouvir ou entorpecer? Mas
afinal, para que serve a música?
É respondendo a essa pergunta que a gente
pode entender o sentido da musicalidade e porque muitos gostam de músicas
românticas e outras agitadas. O que é mais legal numa música? A letra ou o
ritmo? Para uns a letra interessante é mais importante, para outros, não
importa a letra, e sim, a batida do som. Mas o que isso tem a ver com a nossa
sociedade? A resposta é simples: se quisermos um mundo melhor devemos ter uma
música melhor e não importa o ritmo, a música tem que ser boa. A sociedade
precisa da boa música.
Música foi feita para sentir, aprender e construir
um ser humano melhor em sociedade. E não
somente para dançar e ouvir. Com isso, não preciso qualificar aqui qual a má ou
boa música, basta cada um de nós analisarmos o conteúdo independente do ritmo.
Como exemplo, temos a música Kuduro do Lucenzo e Don Omar que tem um ritmo
gostoso de dançar, surgiu de elementos do folclore tradicional de Luanda na
década de 80 e é um gênero de dança em Angola, ambos na África e, portanto, por
esse motivo, não seria sucesso no Brasil. Mas com destaque para a primeira
sílaba do nome, Latino estourou nas paradas de sucesso. E se fosse “amor duro”
faria sucesso?
Cada um constrói seu aprendizado com a letra
da música que quer. É o filtro que cada indivíduo usa, embora lamentemos a
ineficiência desse filtro na cabeça de muitos jovens de hoje. Para eles, o que
importa é o ritmo, a letra deve ser fácil e não importa se é educativa. Sem
generalizar, é difícil para os jovens atualmente questionar a letra de uma
música, a maioria, na verdade, não filtra e engole os versos sem pensar.
Não interessa se é forró, rock, samba,
pagode, sertanejo, pop, jazz, bossa, tango, maracatu, carimbó, dance, hip hop,
rap, baião, axé ou romântico. Cada gênero musical deveria pautar a necessidade
de educar, por isso a sociedade “perdida” de hoje encontra-se num caos da
qualidade musical de massa. Cada qual defende seu ritmo a seu modo de
entendimento social e cultural, mesmo que isso signifique “descer até o chão”. Ou
mesmo se a música vai influenciar o comportamento no modo de vestir, agir,
dançar e pensar. Estamos matando nossa musicalidade como também nossos ídolos. Matamos
o ídolo antes mesmo de ele morrer.
Portanto, o mundo precisa de uma música
melhor para tornar a sociedade melhor. Acreditamos que ainda há esperança nos
grandes nomes de nossa arte musical. A questão é se a arte comercial vai deixar
fluir a música educativa: a que fala de realidade e amor. O amor completa as
pessoas através da música e a realidade nos tornam conscientes de nosso papel
social. Sem preconceitos, a música que transmite um aprendizado possibilitando uma
melhoria de nossa vida e nosso comportamento social é a mais importante.
Achei que este desabafo do Kik Zambianki cabe muito bem nessa postagem, por isso resolvi colocar a imagem. Leia
Achei que este desabafo do Kik Zambianki cabe muito bem nessa postagem, por isso resolvi colocar a imagem. Leia
Por Cledenilson Moreira.
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