Vendo uma reportagem sobre meio ambiente, li algo interessante, Collete Hiller, uma arquiteta de Londres projetou uma lixeira que fala, agradece, aplaude e canta para as pessoas que colocam o lixo no lugar certo. Já pensou em alguém jogar lixo sobre você? A lixeira, ao invés de reclamar da sujeira que as pessoas jogam dentro dela, agradece e diz a pessoa que ela está contribuindo para preservar o meio ambiente. A lixeira, na verdade, reconhece seu papel ambiental, social e educacional.
O que mais me chamou a atenção, não foi somente à lixeira falante ou cantora, e sim, a percepção de um povo educado em relação ao meio ambiente. É o que falta no brasileiro! Não somos educados para conscientização da limpeza de nossa cidade nem tampouco do meio em que vivemos. Estamos mesmos perdendo até para as lixeiras de Londres em educação.
Enquanto em Londres as lixeiras são educadas, nós brasileiros ainda jogamos papel na rua, cortamos árvores sem necessidade, poluímos os ambientes, não respeitamos o trânsito nem as pessoas e, o pior, não estudamos como deveria. Como poderemos ser educados se somos um povo que não lê, não estuda e não tem objetivo na vida relacionado aos estudos? Viver bem é uma questão de educação, não prezamos pelo caminho que todo povo desenvolvido acertou em seguir, estudar, valorizar os estudos, obter cada vez mais conhecimentos e, consequentemente, receber o título de povo educado.
O conhecimento supera a ignorância e deixa as pessoas com mentes mais abertas ao entendimento do mundo. Povo educado é aquele que combate preconceitos, insere-se rapidamente no mercado de trabalho e preserva a vida. E tudo isso passa pelo processo da educação.
É lamentável constatar que o brasileiro, principalmente, os jovens, em uma maioria, não gostam de estudar e estão na escola apenas para cumprir um tempo, obtiverem uma nota e um diploma. Agora, vamos ter que entregar um diploma à lixeira falante que não precisou ir à escola, mas tem muita educação para ensinar. A lixeira não pensa, foi programada pelo homem, mas cria atitude e bons hábitos nas pessoas. E essa função educativa nos faz lembrar de mais um detalhe simples e relevante: o saber é mais importante do que um diploma.
Em outra reportagem, li que um grupo de estudantes de Belo Horizonte desenvolveu um projeto de lixeiras falantes para deficientes visuais. As lixeiras falam o tipo de lixo apropriado para cada cor da coleta seletiva. É um projeto de brasileiros educados? Sim. Contudo, essas lixeiras deveriam ser mais eficazes, ter braços para puxar os de boa visão para acertar o buraco correto da lixeira, e no final, repetir, “observe se você acertou mesmo no lugar certo”.
Mas quem disse que não sabemos jogar nada na lixeira? Sabemos sim. Em outra reportagem li o seguinte: uma mulher de 33 anos encontrou nesta madrugada, por volta da 1 hora, um recém-nascido enrolado em um lençol em uma lixeira em Botucatu, no interior paulista. Ela viu um lençol na lixeira e percebeu que embaixo dele algo se movia. Ao se aproximar, constatou que havia um bebê dentro de um saco plástico. A lixeira fica em frente à casa da mulher, no Parque Marajoara. Brasileiro ainda é assim!
Por Cledenilson Moreira
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