A raposa perseguidora.

Quem mandou os animais da floresta eleger a raposa para governar? Num ambiente sociável de uma selva, os animais discutem as habilidades e capacidades da raposa. Leões, onças, macacos, lobos, cobras, elefantes, raposas, pássaros e outros animais pautam comportamentos e valores: amizade, bondade, cumplicidade, respeito mútuo etc. Mas outros princípios são analisados como: vaidade, egoísmo, maldade, violência, injustiça e perseguição.

Discutir essas questões é fazer conscientemente a prática da política. É comum esperar que num contexto social da lei do mais forte, o leão seria o rei e o governante da floresta. Dele viriam às decisões para melhorar a vida dos animais. Mas a discussão foi gerada por conta das escolhas e decisões da raposa no comando do governo.

A raposa passou a perseguir qualquer membro que viesse contrariar ou questionar suas decisões erradas e maldosas, e ainda, determinou que os animais mais fortes controlassem, na violência, os mais fracos e desorganizados. Muitos falam da raposa às escondidas temendo serem perseguidas, presas, torturadas e mortas. Nem o leão com todo seu vigor tem a coragem de criticar ou questionar as práticas da raposa perseguidora, principalmente por que ela fez um pacto com outros animais perversos e de grande porte para fazer a sua proteção e perseguir os adversários. O pior é que a raposa determinou no seu Staff um grupo de incompetentes que não sabem fazer os serviços funcionarem: faltam comida, água, sombra, medicamentos, profissionais de serviços essenciais, educação e ações sociais.

A onça lembrou que a raposa chegou ao poder pela esperteza e ciladas armadas contra os outros animais ingênuos. O tigre lembrou um trecho de uma obra famosa “O príncipe” do mestre Maquiavel: “Precisando um príncipe de saber usar bem o animal, deve tomar como exemplo a raposa e o leão; pois o leão não é capaz de se defender das armadilhas, assim como a raposa não se sabe defender dos lobos. Deve, portanto, ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para espantar os lobos”.  A raposa se apoderou de várias habilidades ilícitas para espantar os lobos e livrar-se das armadilhas.

O macaco inteligente perguntou pela justiça da floresta e foi logo repreendido pela girafa que disse:

- até dessa a raposa tomou conta!

É verdade – disse a cobra – a raposa tem familiares nos altos comandos da justiça e se livra facilmente dos processos contra sua animalidade.

Na floresta, nada funciona, até as árvores param de crescer em busca da luz do sol porque não há assistência no seu fomento. A raposa mandou construir prisões de cipó e não atende a nenhum pedido dos animais que visem à melhoria de todos. Ela não está nem aí para a administração; só pensa no seu próprio benefício; até mandou fazer um bisaco para acumular valores provenientes dos impostos dos animais.

A raposa perseguidora rouba o dinheiro, sufoca a oposição e nega os direitos aos animais. Essa é a gestão da floresta, típica de uma raposa.

Os animais estão desesperados com a Ditadura instituída na floresta e temem pelo pior. A raposa pretende fazer sua sucessão à força e comprando outros animais. Ela não está preocupada com a floresta nem com os animais que nela sobrevivem e diz não ter compromisso nenhum com eles porque não foram os animais que a colocaram no poder.

Foi mérito do grupo Pseudalopex e só os animais fiéis serão favorecidos e lembrados. Quem quiser educação e saúde, paguem ou procurem a justiça. Quem chega ao poder por meio de falcatruas, armações, ciladas e atos ilegais não deve aos animais, e por isso não tem que se preocupar com os serviços destinados a eles. Para que se preocupar se já tenho o que pretendia. Esse é o pensamento da raposa.

Os animais estão bravos, inconformados e esperando à hora de golpear a raposa, tirá-la do poder e devolver a democracia e a liberdade aos animais para permitir o desenvolvimento à floresta. Isso é questão de tempo. Mas o que incomoda a todos na floresta não é somente a mudança, e sim, o apoio que outros animais conseguem dar a raposa dizendo que não há nada de errado na gestão Pseudalopex.

Esse grupo de raposas sabe que o mestre Maquiavel está certo quando diz: “Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis”.

Enfim, enquanto a raposa luxa, acumula riquezas, explorando o trabalho dos outros animais, os filhotes e demais animais senis sofrem sem saúde. Os jovens animais penam sem a educação adequada e sem trabalho adequado. Nesse contexto, fica a dúvida: a quem cabe o bem dos animais da floresta?

Por Cledenilson Moreira. 

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