A Sociedade dos Avatares

Na sociedade da informação instantânea, que já nasce envelhecida pela busca de uma sociedade do conhecimento. Sim, porque não basta ter acesso a tanta informação sem a definição do que é útil, verdade, aplicável, baseado em fatos e não em suposições.




Imagino uma família que só se reúne em chats, os pais se comunicam por email com os filhos, os filhos brincam e se interagem com os amigos em sites de relacionamentos. Até mesmo o bom e velho amor foi trocado por sexo virtual sem camisinha (ainda, logo existirão drives tão realistas que precisaremos usá-las) e pela troca de promessas de eternidades delimitadas pela tecla delete e pela incerteza de que quem está do outro lado, mascarado por uma foto 3D ou um filme de quem não envelhece.
Sim, temos as facilidades de se fazer tudo pela internet, até se casar (tenho uma amiga que recebeu a aliança pelo correio sem nunca ter visto pessoalmente o noivo), daqui a pouco poderemos encomendar um filho da cor e do sexo que se deseja, com o grau de inteligência necessária a atender o mercado futuro. Chegaremos a uma sociedade de “avatares”, sem amigos reais, de desconhecidos vizinhos de porta, sem primos, sem tios, sem amigos do peito para se chorar as desilusões, se ainda existirem lágrimas nesses futuros olhos, eliminadas, segundo a teoria da evolução de Darwin, pela falta de outra função que não seja a de lubrificação ocular e substituídas por nano tecnologia.




Lembro de uma série de TV, do tempo em que se haviam histórias com início, meio e fim e as personagens eram de carne e osso, com o título de Perdido no Espaço. O futuro em que o homem viajava para o espaço sem fim era o ano de 1997. Espero que esse futuro que eu imaginei, tal como nas suposições fictícias, esteja errada e demore muito tempo ainda.




O Ensino a Distância surgiu com o objetivo de atender aqueles que não tinham acesso aos estudos onde ou quando podiam e queriam, primeiramente usando o correio e hoje usando a internet e as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) como ferramentas de apoio. Há um movimento tendencioso de eliminar a figura do professor presencial, o chamado tutor, substituído por professores a distância e tutores virtuais. Acredito que seja, lamentavelmente, possível essa tendência se tornar uma norma geral e O EAD ser totalmente a distância, aposentando de vez uma personagem que fazia parte da vida dos alunos. Já não haverá bailes de formaturas, fotos de turma, amigos e casais que se formaram em sala de aula. O EAD é importante e fundamental e é uma forma de ensino que esta sendo adotada por inúmeras Instituições de Ensino, tanto particulares como públicas, para desespero dos que a discriminam, para regozijo dos empresários da educação que terão seus lucros aumentados significativamente com a diminuição dos custos de pessoal e instalações.











                O EAD veio para ficar e cada vez mais utilizar das novas TICs. A cantora holográfica Hatsune Mikuno, faz o maior sucesso no Japão, fatura milhões e só existe na projeção tridimensional sobre um palco com tecnologia ultra-secreta. Logo haverá professores assim. Preferiria que a sociedade do conhecimento reconhecesse que o professor ou tutor, como se queira denominar, talvez limitado a uma vez por semana, ou por mês, ou por ciclo, fosse reconhecido no EAD (futuro da educação), como uma peça fundamental no entrelaçamento das relações humanas e que os alunos ainda tivessem a oportunidade de se encontrarem num último dia de alguns cursos, pelo menos os universitários, para a primeira e última foto de suas vidas acadêmicas.


Nilson Freire –  Natal, 14 fev 2011
http://clednews.blogspot.com/

Comentários

  1. Um espetáculo,
    A força do texto diz tudo. Parabens ao autor.
    Sergio Mello

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