O segredo da ponte


Ao fundo a  rua da Linha e o Cruzeiro


O rio Curimataú

A história das pontes de Pedro Velho-RN.

Por volta dos anos 1966 e 1967, o rio Curimataú com suas marcantes enchentes era um empecilho para escoar a produção agrícola e comercial de Pedro Velho para a região de Montanhas, Nova Cruz e a fronteira com o Estado da Paraíba.
As pontes foram construídas na gestão do Governador Cortez Pereira e o Prefeito de Pedro Velho era Gilberto Targino.
Nesse período houve uma “cheia” que derrubou a ponte de trem. Até hoje se vê os pilares e ferros da antiga ponte parcialmente soterrados na areia do rio. A varanda era parcial metade da ponte.
Existia a linha férrea desde 1886 que ligava Recife a Natal passando por Pedro Velho. Ela passa sobre o rio e os trens transportavam passageiros e produtos como sal, açúcar e outros. A linha passa próximo ao centro da cidade em frente a Prefeitura. Da ponte, passando próximo ao cruzeiro até a travessa da rua 12 de outubro entrada para o Hospital a rua recebe o nome característico: Rua da Linha. Em direção a Prefeitura até a Escola Estadual Fabrício Maranhão a linha continua, mas ao lado da Rua João Pessoa. Na altura do Bradesco atual ficava a antiga Estação de Trem onde havia embarque e desembarque de passageiros e um lugar de descanso e assistência aos viajantes: banho, água, bebida, comida, lanches, etc. (veja a foto da antiga Estação).
Nossa lamentação na não preservação desse patrimônio histórico que foi destruído e hoje só ficou a foto e saudade.
A ponte dos carros não existia. Segundo relatos de Sr. Daniel Galvão, algumas tábuas eram colocadas sobre parte de alguns trilhos da linha do trem para os carros alcançarem a outra margem do rio. Um ato de extrema dificuldade.

Trabalhadores na construção da ponte

Rio Curimataú - temporário

As belas varandas da ponte do trem. Embaixo, o que sobrou da velha ponte.

RN 269 - Ponte dos carros


Na construção da ponte dos carros, no início da década de 70, muitos cidadãos de Pedro Velho trabalharam para erguê-la e fizeram história. Hoje as pontes de Pedro Velho são cartões de visita aos turistas e conterrâneos. Em época de cheia, a ponte vira uma festa. As pessoas lotam suas varandas para verem o volume das águas e brincadeira perigosas: pessoas pulando das pontes, arriscando a vida num mergulho de dar medo. Não há registro de vítima dessa prática, porém, é perigoso e deve ser evitada.
Na mesma época da construção da ponte sobre a rodovia RN 269 na cidade de Pedro Velho-RN, a varanda da ponte do trem foi erguida e de forma cautelosa: foram colocados os dormentes e as barras de ferro com vários parafusos até formar a grade da monumental ponte. Dessa vez, a varanda foi completa. Não se vê ponte de trens com tal varanda pela região.

RN 269 - Chegando na ponte - direção Montanhas.

As varandas brilham à luz do Sol.




Na ponte dos carros, antes de se colocar o concreto, os trabalhadores colocavam tábuas na espera de secar a camada do cimento. Percebem-se nas fotos da época as máquinas de fazer a massa e os detalhes do material a ser usado. 44 anos depois a história: o segredo da ponte de Pedro Velho está sendo revelado.
O segredo que seria mais fascinante, na verdade é preocupante. Percebemos nas fotos a paisagem, os morros e as matas, as dimensões do rio e sua várzea. Hoje, o rio parece mais largo, assim como mais sujo e poluído. As matas devastadas pela urbanização e lavouras. Os morros, depois de quase 45 anos, desapareceram. No entanto, ainda resta à beleza da arquitetura e, o rio temporário ainda encanta as pessoas.
entificar as pessoas das fotos. São trabalhadores que construíram a atual ponte dos trens e dos carros. A fonte das fotos proveio dos netos do Sr. João Hubie (conhecido por João da Ponte) não é a toa que tem esse apelido. Sr. João era construtor, mestre de obras, entendia de engenharia e está no centro das fotos. Ele já construiu outras pontes pelo Brasil afora. Outra pessoa que conseguimos identificar é Paulo laranjeira que também fez parte dessa história. Os irmãos Orlando Moreira e José Moreira, filhos de Alípio Moreira também trabalharam.
Veja as fotos históricas das pontes e as fotos atuais.
Peço aos leitores que nos comentários, ajudem-nos a identificar as pessoas das fotos para garantirmos a memória dos trabalhadores que fizeram essa história.

O campinho de futebol da garotada da rua da Linha.



A antiga Estação de Pedro Velho - hoje só lembranças.

Não consegui identificar as pessoas das fotos. São trabalhadores que construíram a atual ponte dos trens e dos carros. A fonte das fotos proveio dos netos do Sr. João Hubie (conhecido por João da Ponte) não é a toa que tem esse apelido. Sr. João era construtor, mestre de obras, entendia de engenharia e está no centro das fotos. Ele já construiu outras pontes pelo Brasil afora. Outra pessoa que conseguimos identificar é Paulo laranjeira que também fez parte dessa história. Os irmãos Orlando Moreira e José Moreira, filhos de Alípio Moreira também trabalharam.
Veja as fotos históricas das pontes e as fotos atuais.
Peço aos leitores que nos comentários, ajudem-nos a identificar as pessoas das fotos para garantirmos a memória dos trabalhadores que fizeram essa história.

A ponte do trem sendo construída

O trem vindo para Pedro Velho. Você conhece esse local?

Provável construção da Estação


Quem hoje não sente saudades de um trem!!
Quando chegava um trem em Pedro Velho era uma correria para vê-lo.

RN 269 (cima) e estrada para Porteiras (baixo).
Ao fundo a ponte dos carros.


No centro: Sr. João da Ponte. Construção da ponte dos carros.

Trabalhadores e material da construção da ponte.

Sr. João da Ponte - o mestre de obras e seu antigo carro.
Perceba os meninos brincando e um rapaz atravessando a ponte.

Construindo a varanda

A ponte,  antes sem varandas.

Trabalhadores e material de construção.
Perceba a máquina ou caixa de fazer a massa

Sobre a Ponte: a pose para a foto histórica.

Ao centro o Sr. João da Ponte.
Observe a colocação de tábuas e a rodovia ainda de barro.





















Por Cledenilson Moreira

Comentários

  1. Olá,

    Achei ótimo seu Blog, as fotos, a história as pessoas, ou seja, minha raiz que não conhecia, pois deixei a cidade com 2 anos de idade em 1976, o ser humano não é completo, por mais conquistas que tenha na vida, se não voltar a sua origem. Obrigada por me trazer minhas origens de volta.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Caro Luciano, importante seu comentário e seu trabalho. Essa foto eu consegui com os netos de um senhor chamada João da Ponte. Ele trabalhava pelas ferrovias do Brasil, na linha férrea e construindo pontes. Aqui em Pedro Velho, RN tem um local idêntico a essa suposta região de Pinhais e fica próximo a ponte de nossa cidade. Os netos disseram que eram fotos mostradas pelo avô antes de falecer. É uma foto rara e pequena. Para o blog, tentei recuperá-la para postagem, tentei aumentar, mas foi o máximo que consegui. Vou procurara os netos e a família do senhor João e posso ver a origem da foto com mais propriedade. Obrigado pelas informações.
    Autor do Blog.

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  4. Cled, era comum os ferroviários trocarem fotos com outros colegas, inclusive de outras regiões do Brasil, e talvez o João da Ponte tenha recebido a foto da locomotiva elétrica através de um desses intercâmbios.
    Veja uma foto dessa locomotiva, trabalhando na região de Belo Horionte:
    http://doc.brazilia.jor.br/TrilhosHist/1971refesa03e04rotinaBsbBH.htm

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  5. Prezado, complementando comentado pelo Luciano, essas locomotivas MV depois de oeperarem em MG, foram finalmente transferidas para BA, onde algumas unidades tracionaram trens de passageiros de suburbios, foram sucateadas na decada de80.

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  6. CLEDNEWS: saudades dessa epoca , eu tinha 11 anos e fui na enaguraçao da ponte dos carros , e teve uma grande festa com a participaçao do saudoso LUIZ GONZAGA,OBS:moro em brasilia a 25 anos,mais sou da terrinha e nao nego as minhas origem ,um forte abraço .

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