Histórico da Cidade de Pedro Velho – RN - A Origem
Este Post tem por objetivo resgatar o histórico da cidade de Pedro Velho, enfocando os seus aspectos econômicos, políticos, sociais, estatísticos e a sua origem que, em conjunto formaram o “palco” das transformações nas quais propiciaram a existência do município de Pedro Velho-RN.
A história do Município de Pedro Velho teve início nas relações e atividades sociais dos cidadãos da Antiga Vila de Cuitezeiras. É o resultado de um processo civilizatório, de acontecimentos, mudanças, transformações econômicas, sociais, políticas, religiosas e naturais que modificou a vida das pessoas da comunidade. No cerne das atividades surge à feira livre que sobreviveu às mudanças, tomou novas formas e nasceu no “berço” da cidade de Pedro Velho.
Tomando por base os acontecimentos e os relatos orais dos moradores mais antigos e de estudiosos o resgate da história da cidade de Pedro Velho, se dá através da identidade do lugar via o cotidiano de Cuitezeiras([1]) e Vila Nova de Cuitezeiras([2]). Para a comunidade, só a fé lhe dava força para continuar reproduzindo a vida política, social e econômica. Segundo o professor Anelino Francisco([3]) resgatar a cidade como o “lugar do olhar” é cessar num modelo cultural diferenciado, tentar atrelar as histórias vividas ou experiência do vivido. É o que se pretende fazer neste trabalho. Além disso, deve apoiar-se na identidade do lugar, para caracterizar o florescer de Vila Nova de Cuitezeiras via o comércio, realizado no sítio, à margem do Rio Curimataú([4]) e, finalmente, afirmar que Pedro Velho é um espaço geográfico, recriado sob o emblema do poder religioso.
Apesar da dificuldade em obter fontes sobre a história do Município de Pedro Velho este trabalho pretende ser mais completo do que os que foram apresentados até o momento; realizado a partir de relatos de alguns moradores mais antigos da cidade, e que, conscientes de sua responsabilidade falaram e escreveram a história dessa terra na mais sensata fidelidade. Além disso, não se encontra até o presente momento, outro trabalho de cunho científico que apresente tantos detalhes sobre a história desse município.
Mesmo sabendo que os moradores de Pedro Velho com idade avançada constituem fontes ricas em informações, poucas pessoas se preocupam em transformar o conhecimento desses numa “biblioteca viva”, uma vez que tais fontes um dia deixarão de existir.
A história do município começou por volta do início do século XVIII com a consolidação da colonização do Rio Grande do Norte e o ciclo do gado, que povoou o sertão com fazendas de criação e fixou uma população constituída, na sua maioria, de vaqueiros e lavradores. O Município de Pedro Velho, criado nos primeiros anos da República, nasceu no seio do movimento econômico de expansão das lavouras de algodão e cana-de-açúcar. Neste contexto, se destaca a família Albuquerque Maranhão – proprietária de grande parte das terras da região na qual Pedro Velho se insere.
Segundo os estudos de Câmara Cascudo, a Vila de Cuitezeiras surgiu num determinado ponto, às margens do Rio Curimataú, em região habitada pelos índios Paiaguaias. Havia a família dos Afonsos (tradicional da época) e fundaram o povoado de Cuitezeiras dando este nome em virtude das árvores de cuités existentes na região. Port.: cabaco, coité, cuia, cuieira, cuité. Bot. syn.: Crescentia cujete.
Ergueram uma capela em homenagem a Santa Rita de Cássia, em torno da qual se construíram as primeiras casas. A capela foi benta em 1862. O povoado situava-se no sítio adquirido por Cláudio José da Piedade no início do século XIX.
Pedro Velho até hoje tem como um dos pontos turísticos uma árvore denominada Samaumeira ou sumaumeira ou ainda sumaúma. Nome científico: ceiba pentandra. Família: bombacaceae. Outros nomes populares: barriguda, samaúna-da-várzea. Propriedades medicinais: diurética. Indicações: conjuntivites, diabete, diarréia, disenteria, gota, inflamações cutâneas, picada de inseto, conhecida por “Pau Grande”. Essa árvore constitui uma das maiores do Estado. Segundo o senhor Jaldemar Nunes[5] ela faz parte da família das bombacáceas e foi plantada na velha Cuitezeiras por Francisco Barbosa de Oliveira[6] que trouxe as sementes da Amazônia por volta do final do século XIX.
O povoado de Cuitezeiras foi fundado em 1861 e teve como chefe da intendência o Sr. José Paulo do Sítio Tamatanduba[7]. O povoado era pouso obrigatório para comboios carregados de algodão, açúcar e farinha que passavam pela região. Em 1882, Cuitezeiras ligou-se à Capital da Província através da Estrada de Ferro que até hoje liga Natal a Recife. O lugarejo cresceu a olhos vistos. Havia o edifício da Intendência, mercado, feira, a capela, o cemitério e uns arruamentos.
Rua 31 de março |
Interior da Igreja Matriz |
A Economia
A Vila de Cuitezeiras tinha uma vida econômica normal, pois produzia e vendia aos mercados vizinhos os vários produtos: algodão, açúcar-preto, rapadura, cachaça, milho, feijão, mandioca, inhame, batata-doce, macaxeira, banana, jerimum entre outros produtos. O povoado tinha, cerca de 30 (trinta) fazendas de criação de gado, três descaroçadores de algodão, quatro engenhos de açúcar e inúmeras casas de farinha, segundo informações do senhor Daniel Galvão de Lima[8].
A base da economia de Cuitezeiras era composta por pequenos agricultores. Eles detinham uma faixa pequena de terra para desenvolver suas atividades agrícolas. “A produção da Vila era estrondosa e se destacavam a agricultura e a pecuária”, afirma o senhor Daniel Galvão. Neste contexto destacaram-se dois povoados que faziam parte da Cuitezeiras: Cuité e Carnaúba.
No início do século surgia uma descaroçadeira de algodão que pertenceu inicialmente ao senhor Aristarco Galvão de Freitas. Era de pequeno porte, mas possuía uma infra-estrutura que atendia, as finalidades do beneficiamento do algodão; empregava nas suas instalações físicas cerca de 28 (Vinte e oito) pessoas - predominando a mão-de-obra masculina - enquanto as mulheres tinham o ofício da confecção dos sacos que iriam servir de fardos para o transporte do algodão já descaroçado. O algodão, além de ser produzido no entorno da cidade de Pedro Velho - RN era cultivado e trazido das cidades vizinhas como: Montanhas, Canguaretama, Nova Cruz, Espírito Santo, Goianinha e também de Jacaraú, na Paraíba. Depois de descaroçado, a pluma era exportada para Natal e Recife, onde o escoamento era feito através de caminhões e trens. Nesta época o transporte ferroviário era dinâmico e tinha importância fundamental não apenas para Pedro Velho, mas para os demais municípios da região do litoral sul do Rio Grande do Norte.
Segundo o senhor Daniel Galvão, os produtos que vinham da zona rural eram trazidos em cangalhas (caçoais), no lombo de animais, para serem vendidos na cidade Pedro Velho e transportados para outras localidades.
Neste tempo havia muitos armazéns de compra de farinha que era exportado para o sertão do Estado e praias, que não produziam o produto. Nesses armazéns, além da farinha, também se guardavam cereais como: feijão, milho e arroz.
A base da agricultura do município é a cana-de-açúcar, o coco, o feijão, a mandioca,o milho, frutas como banana, manga, laranja e limão. Antes havia muita produção de algodão, hoje pouco se vê. Na pecuária destaca-se a criação de gado, porcos, galinhas, cabras e avestruz. No artesanato tem bolsas, sandálias, rendas, toalhas e outros produtos feitos de fibra de carnaúba e do sisal. A renda dos cidadãos provém do serviço público, comércio local: com lojas, bares, farmácias, Lan-Houses, lanchonetes, mercadinhos, salão de beleza e outros serviços; além das aposentadorias algumas pessoas sobreviem de biscates no mercado informal e da feira-livre. Atualmente tem uma pequena cooperativa de calças sociais que emprega cerca de 30 pessoas. Bastante jovens e pais de família trabalham nas usinas de cana-de-açúcar, alguns com contratos temporários durante o corte da cana.
Praça da Igreja Matriz |
Praça Claudino Martins - centro |
Coreto da Praça Central Claudino Martins |
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Antiga foto do balneário de Pedro Velho |
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Foto do antigo aquário na Praça Claudino Martins - centro Observe a data: janeiro de 1987. |
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Foto antiga de estudantes em frente a Igreja Matriz |
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Foto antiga de desfile cívico na antiga rua 15 de novembro |
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Observe a vestimenta das crianças e a rua - foto antiga. |
Mercado Público |
Igreja de Santa Rita - Rua sete |
Desmembramento e Religião
O povoado de Cuitezeiras pertencia ao Município de Canguaretama e foi elevada à categoria de Vila de Cuitezeiras, sendo criado o Município pelo Decreto Nº 24 de 10 de maio de 1890. Da noite de 13 para 14 de maio de 1901, tudo isso mudou bruscamente. A fúria das águas do Rio Curimataú avançou e destruiu a florescente Vila. Assim afirma o historiador Luís da Câmara Cascudo em “Nomes da Terra”:
“O Curimataú avançou suas águas e destruiu a Vila, casas, gado, plantios, depósitos. Só não carregou a coragem. Pelo contrário, deu-lhes fé, levando a comunidade a reconstruir seu espaço real – a Vila Nova de Cuitezeiras e ali, entrelaçada às tarefas econômica e religiosa vão expressar o sentimento de religiosidade dos habitantes da Vila”. (Cascudo, 1968, p.233)
A identidade religiosa dos moradores de Pedro Velho vai estabelecer uma parceria entre a geografia, o social e religioso, que têm em Santa Rita de Cássia, o elo capaz de proporcionar as ações de produzir no cotidiano a sobrevivência formal dos habitantes, que numa dinâmica (de ação e religiosidade), passa a ter em São Francisco , o novo padroeiro da cidade. Como afirma o professor da UFRN Anelino Francisco (1997).
Na destruição do povoado de Cuitezeiras, a enchente alagou a várzea subindo até o casario e derrubando ruas onde escapou só a igreja. Conforme o senhor Daniel Galvão, eram duas grandes ruas chamadas Rua da Cruz, que ia do velho cruzeiro até do outro lado do Rio Curimataú.
A população mudou-se lentamente para um chapadão de terras altas, construindo residências e marcando sítios das futuras ruas, surgindo, assim, um povoado de proporções vastas e feições modernas, tanto no traçado das ruas como na operosidade de seus habitantes. Segundo o senhor Jaldemar Nunes, “parte da população de Cuitezeiras escapou da enchente dentro da resistente igreja que ficou incólume” (Hoje existem apenas as ruínas); a “cheia” levou a metade do lugarejo, contudo, ainda restou vida e muitos moradores continuaram morando naquele local.
Só uma parte foi morar num lugar mais alto (Pedro Velho). Temeroso de novas enchentes, Claudino Martins Delgado[9] construiu em 1901 uma casa para residência, a cerca de dois quilômetros de Cuitezeiras. Lançou, dessa forma, os alicerces da cidade que se denominou Vila Nova. A partir daí, sucederam-se as construções e desenvolveu-se o comércio.
Em 17 de dezembro de 1901, benzeu-se o cruzeiro e a feira era inaugurada. Em 4 de setembro de 1902, foi oficializada a transferência do nome Cuitezeiras para Vila Nova de Cuitezeiras. A sede municipal foi transferida para Vila Nova, que estendeu seu nome ao Município.
A paróquia, sob invocação de São Francisco, foi criada em 11 de fevereiro de 1922. A sagração a São Francisco, como padroeiro da cidade de Pedro Velho, parece representar uma relação de cidadania e de crença que dá forma às ações das pessoas. A ação conjunta dos cidadãos ao reconstruir a cidade tem um significado social e religioso, mas indica também uma faceta cultural, a superstição. Tradicionalmente celebra-se a festa do padroeiro, São Francisco de Assis, a 4 de outubro.
Interior da Igreja de Santa Rita na antiga Cuitezeiras. Resistiu as enchentes do rio Curimataú. |
Frente da Igreja de Santa Rita - antiga Cuitezeiras |
Museu informal de Sr. Jaldemar Nunes (Jajau) ao lado da igreja da antiga Cuitezeiras. |
Antigo WhiskNão Bar |
A Política
Em dezembro de 1907, faleceu Pedro Velho de Albuquerque Maranhão[10], a mais fascinante expressão dominadora da política norte rio-grandense.
No dia 26 de novembro de 1908, a Vila Nova, que ainda não possuía uma tradição toponímica, foi transformada em município, com a denominação de PEDRO VELHO, uma homenagem ao organizador da República no Rio Grande do Norte.
Segundo Jeanne Fonseca Leite Nesi[11], não existia qualquer ligação material ou moral entre o nosso primeiro Governador e a Vila Nova, porém PEDRO VELHO havia falecido no ano anterior e seus correligionários, saudosos e gratos, adotaram o seu nome na Vila, desaparecendo a denominação de Vila Nova. Já o senhor Daniel Galvão afirma que o nome “Pedro Velho” foi dado ao município devido à família Albuquerque Maranhão e pela personagem de Pedro Velho como republicano maior do Estado, um homem de grande influência com o Marechal Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaiúva, Benjamim Constante, Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves que foram grandes personagens da República.
O senhor Daniel fez questão de explicar a origem do nome da cidade para refutar a idéia de que trocaram o nome, devido a um incidente que ocorreu com o Governador nesta época e aponta como ocorreu:
“Pedro Velho era doente do coração e foi fazer um tratamento no Rio de Janeiro. Como os transportes eram apenas trens e navios, ele foi de navio quando chegou em Recife, faleceu. O seu corpo foi trazido para Natal (pela linha férrea que já existia desde 1886) de Recife a Nova Cruz, depois, foi estendida até Natal no governo de Pedro Velho) na qual passa onde hoje é a cidade que recebeu o seu nome. Quando chegou na Lagoa do Cunhaú, o trem descarrilou. Depois levaram-no para ser sepultado no cemitério do Alecrim”.
Depois que Pedro Velho já havia se constituído como município, somente em 1936 seria elevada a categoria de cidade; antes desse feito, a vida na antiga Cuitezeiras ainda prosperava quando em 1917 e 1924 sucederam novas inundações do rio Curimataú. Da Vila antiga restaram apenas a capela de Santa Rita de Cássia com um velho cemitério por trás, um cruzeiro, com pedestal de alvenaria e a Sumaumeira. No ano de 1936, através do projeto apresentado pelo deputado Sandoval Wanderley, a Vila de Pedro Velho é elevada à categoria de cidade pela Lei nº 13 de 19 de outubro. Ainda baseado nos relatos dos senhores Jaldemar Numes e Daniel Galvão, a política municipal de Pedro Velho sempre foi movida pela emoção e disputas de frentes partidárias bastante acirradas.
Uma família de grande expressão, segundo os entrevistados, foi a Azevedo que chegou em Pedro Velho por volta de 1928, trazendo muito gado, arrendando terras e exportando partes do rebanho para Natal. Além dela, existiam figuras importantes de outras famílias, tais como: Pedro Costa, Benedito Barbosa, Aristides Hortêncio, Coronel Acácio e Hélio Galvão (os dois últimos eram amigos de Aluísio Alves, ex-governador do Estado do Rio Grande do Norte e ex- Ministro de Estado).
As famílias viviam em harmonia e amizade. No período em que Adauto Azevedo tornou-se Prefeito ocorreram os rompimentos, resultando daí, alguns conflitos que acabaram em mortes trágicas, as quais marcaram a história do Município de Pedro Velho.
Assim, mesmo de forma amena, a cidade de Pedro Velho ainda sente os efeitos dos acontecimentos que se refletem em decisões políticas e estratégias de campanhas, eivadas de vícios e fervor ideológico-partidário.
A geração atual comenta que a história de Pedro Velho é marcada por violências político-sociais e naturais (enchentes). Mas, não é propósito deste trabalho fazer julgamentos, e sim, relatar os fatos, com caráter puramente científico, a partir de informações de pessoas que vivenciaram mais de perto os impactos dos referidos acontecimentos.
Museu de Sr. Jajau |
"Pau Grande" - Samaumeira |
Casas antigas de Pedro Velho |
Dados Estatísticos do Município – IBGE e outras fontes- (1966 e 2010)
Dados do IBGE de 1966 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o município de Pedro Velho - RN, localizado no polígono da secas, integra a zona fisiográfica do Agreste (hoje litoral sul).
Confina com o Estado da Paraíba e com os municípios de Montanhas - RN[12], Nova Cruz - RN, Várzea - RN, Goianinha - RN, Espírito Santo - RN e Canguaretama - RN[13].
A sede municipal aos 55 metros de altitude, dista 75 quilômetros em linha reta da Capital do Estado.
Suas coordenadas geográficas são 6º 28’ 00” de latitude Sul e 35º 13’ 10” de longitude W. Gr. Numa área de 22 quilômetros quadrados (1960), tem como rios principais o Curimataú e seus afluentes Piquiri, Pirari e Tamatanduba.
Segundo resultados do Recenseamento Geral de 1960, Pedro Velho contava 16.928 habitantes, dos quais 79 % se situavam na zona rural. O acréscimo populacional no decênio 1950/60 foi de 1.261 habitantes. O distrito-sede contava 10.773 habitantes e o de Montanhas (desanexado em 1962) Tinha 6.155. A população da cidade em 1960, era de 2.320 habitantes (2.041 em 1950).
Para se ter a dimensão da cidade naquela época (1940/66), os dados do IBGE indicam que havia 243 ligações elétricas domiciliares e 20 logradouros iluminados, na sede municipal em 1964.
O Município dispunha de um hotel e um cinema, possuía uma avenida, 17 ruas e duas praças, onde tinha 325 prédios na zona urbana e 249 na suburbana.
Na década de 1950, Pedro Velho possuía energia a motor; eram três motores que funcionavam em tempos e lugares diferentes. Começavam a funcionar das 18 às 23 horas. Contudo, quando havia um caso extra na cidade, (como por exemplo, uma festa ou morte), os motores permaneciam ligados a noite toda.
Atualmente a área do município corresponde a 181 km2 . Os limites permanecem os mesmos estabelecidos pelo Decreto de 24 de maio de 1890, acrescentando o Município de Montanhas que ficou independente em 1962.
Nas habitações contam-se com 3.013 unidades domiciliares habitáveis e coletivas, sendo 2.990 domicílios particulares permanentes e 8 improvisados.
Dos domicílios particulares temos 1.238 na Zona Urbana e 1.749 na Zona Rural.
Há 289 aglomerados rurais. Os habitantes em domicílios particulares permanentes contam-se 2.138 de 1 a 5 moradores e, 852 de 6 a mais de 10 habitantes.
Têm 177 domicílios sem moradores homens e 170 sem moradoras.
Na área da educação, registrou-se 3.428 pessoas de 4 ou mais anos de idade que freqüentam escola e 8.551 que não freqüentam. Há 4.961 pessoas sem instrução ou que estudou menos que um ano.
O número de matrículas soma 3.777. (Ensino Fundamental, Médio e Pré-Escolar e nas redes municipais e estaduais). O número de docentes geral soma 145 no Ensino Fundamental e Médio (Redes estadual e municipal). Registraram-se 29 estabelecimentos de ensino, sendo 11 estaduais e 18 municipais.
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A velha estação na linha férrea e o trem de passageiros. Era instalada em frente ao Bradesco atual. |
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Árvore: Cuité |
Turismo, história e diversão.
Como pontos turísticos e históricos de Pedro Velho têm a árvore centenária samaumeira conhecida por “Pau Grande”.
O Cristo de Bronze da comunidade de Carnaúba.
O balneário do rio Piquiri com o Terminal Turístico do Agreste.
A Praça Claudino Martins no centro da cidade é o ponto de encontro de amigos, namorados, casais e famílias que levam as crianças para passear. Em torno dela acontecem as festas tradicionais com as bandas, barracas e muita gente que se diverte. Já virou tradição a praça ser animada nos quatro dias de Carnaval com os bandas, os blocos e aqueles que gostam da brincadeira.
Os bares da cidade são pontos cativos para os festeiros. Hoje se destacam: A Fazenda Caipira, O Olimpus Club, O Fundo de Kintal, O Baaca e o Mandacaru Bar (antigo Radikal Bar).
O tradicional “Clube Aquário” conhecido por “Agenor” que fez história para muitos casais de Pedro Velho continua ativo fazendo a diversão de mais uma geração. Os casados e mais antigos hoje perguntam: quem nunca tomou uma cerveja no Clube Aquário ou nunca o visitou para dançar e se divertir com os amigos?! Quantos casamentos ou relacionamentos foram iniciados, renovados e terminados no ambiente do Clube Aquário por mais de 30 anos.
Para os mais antigos, onde antes era a “Toca do Barbudo” hoje é uma galeria de lojas e serviços. O “Kintal Bar” atualmente comporta residências e a antiga “Sede” é hoje a Câmara de Vereadores. Foram os clubes sociais que fizeram parte da vida os pedrovelhenses nos saudosos “anos dourados”.
Danças
O folclore de Pedro Velho apresenta hoje o grupo de pastoril e do Boi Pintadinho do Distrito de Cuité. O grupo artístico-pedagógico Pau e Lata é uma mistura de educação, cultura e preservação do Meio Ambiente. A força maior da cultura de Pedro Velho concentra-se na figura de Chico Antonio e pela força histórica da embolada de coco. A cultura passa a ter mais representação agora com a criaçao do Instituto Cultural Chico Antonio instalado na rua professora Elizabeth de Castro próximo ao mercado público.
Os talentos de Pedro Velho não param por aí. Atualmente os artistas da cidade vem ganhando espaço na música. Destaque para o sertanejo universitário e MPB de Brunno Lima, o dom de compor e tocar sanfona de Zé Hilton do Acordeon, as músicas de Carlos Alexandre interpretadas pro Reginaldo Menes e Nuno Gomes com sua banda.
Festas populares
A principal festa da cidade é a do padroeiro São Francisco de Assis, que ocorre dia 4 de outubro, sendo comemorada com participação dos fiéis de todo município.
Existe também a festa de São Sebastião em Cuité distrito de Pedro Velho comemorada em 19 de janeiro celebrada em frente a capela quem tem mais de 100 anos e a Semana de Cultura das escolas da comunidade. Tem também a Festa de Nossa Senhora do Guia na comunidade de Carnaúba do Padre.
Avenida José Targino |
Jornal antigo sobre a história de Pedro Velho no museu de Sr. Jajau. |
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A praça, à noite, continua uma festa. |
Cronologia
1890 - 10 de maio – desmembramento da Vila de Cuitezeiras do Município de Canguaretama.
1901 – enchente do rio Curimataú que destruiu parte da Vila;
1907 – dezembro – morte de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão – 1º Governador republicano do RN.
1908 - Fevereiro – a Vila passou a ser chamar Pedro Velho.
1936 – A Vila foi elevada a categoria de cidade consolidando o Município de Pedro Velho-RN
Dados importantes
O município de Pedro Velho-RN tem hoje 22 comunidades: Alecrim, Mucuri, Cuité dos Crentes, Bocas, Nova Descoberta, Recreio, Boa Vista, Reta, Porteiras de Baixo, Porteiras de Cima, Moreira, Pau D’óleo, Timbó, Carnaúba dos Lima, Casaca, Tamatanduba, Olho D’agua, Mapirunga, Rua do Toco, Três Aroeiras e as maiores Cuité e Carnaúba do Padre.
A cidade de Pedro Velho conta hoje com 6 bairros e ruas principais: Centro, Loteamento, Conjunto José Agripino (conhecido por Iraque), Conjunto Vilma de Faria (conhecido por Portelinha), Morro ou rua do Acampamento, Conjunto Novo Bairro, rua sete de março, rua da linha, rua João Pessoa, rua da favela, rua 31 de março, (conhecida por rua da palha) rua 12 de outubro e a avenida Professor Genar Bezerril.
O município tem em cada comunidade, pelo menos, uma escola. As maiores são: Escolas Municipais: José Targino, Grimaldi Ribeiro, Rabiscando o saber e Joana de Carvalho Dantas. Escolas Estaduais: Maria Ocila Bezerril, Dr. Pedro Velho e Fabrício Maranhão. As maiores escolas da zona rural são: Escola Municipal Padre Leôncio em Carnaúba e São Sebastião em Cuité.
Comportamento Populacional do Município de Pedro Velho – RN (IBGE, 1940 – 2010)
* Em 1962. Montanhas passa a ser independente ocorrendo, com isso, a queda da população.
** Contagem Populacional: aumento da população rural, pois o conjunto José Agripino foi considerado setor rural (IBGE, 1996 – 2000. In: Luz, 2001: 35).
Censos | População | ||
Ano |
Total
|
Urbana
|
Rural
|
1940
|
13.442
|
2.446
|
10.996
|
1950
|
15.667
|
2.733
|
12.934
|
1960
|
16.928
|
3.594
|
13.334
|
1970*
|
10.054
|
2.413
|
7.641
|
1980
|
10.730
|
3.404
|
7.334
|
1991
|
12.753
|
5.886
|
7.467
|
1996**
|
13.425
|
5.495
|
7.940
|
2000
|
13.518
|
5.813
|
7.705
|
2010
|
14.119
|
[1] Cuitezeiras foi o antigo nome que originou a cidade de Pedro Velho, devido a grande quantidade de árvores de coités existentes na região. (nota do autor).
[2] Vila Nova de Cuitezeiras foi o segundo nome dado a cidade de Pedro Velho depois da primeira enchente do Rio Curimataú que devastou a antiga Vila. (nota do autor)
[3] É professor mestre da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Departamento de Geografia. Trabalho apresentado no 1º Encontro de Artes, Cultura e Humanidades – Semana Chico Antônio – Pedro Velho RN em 1997.
[4] O Rio Curimataú é um dos mais importantes rios das regiões Agreste e Litoral Sul do Rio Grande do Norte, nasce na Paraíba e atravessa as cidades de Nova Cruz, Montanhas, Pedro Velho e Canguaretama no nosso Estado.
[5] 3º Sargento da Polícia Militar. Nascido em 27 de abril de 1935, é protetor do patrimônio histórico da cidade de Pedro Velho. Um dos moradores mais antigos.
[6] Antigo morador de Cuitezeiras viajou para o Estado do Amazonas para trabalhar na produção de borracha, depois de trinta anos, voltou para sua terra natal trazendo na bagagem sementes de samaumeiras, nas quais plantou algumas que até hoje permanecessem vivas: é o caso da mais famosa, o “Pau Grande”. Afirma o Sr. Jaldemar Nunes.
[7] Povoado da cidade de Pedro Velho, onde viveu uma das primeiras famílias da antiga Cuitezeiras. Ergueram nesse lugar uma capela que iniciou as práticas religiosas do povo de Pedro Velho. Cf. Jaldemar Nunes.
[8] Um dos moradores mais antigos da cidade. Nascido em 23 de agosto de 1923. Grande conhecedor da história do Município de Pedro Velho.
[9] Ë considerado o fundador da cidade de Pedro Velho. Membro de família tradicional e muito influente no início do século XX em Pedro Velho. Hoje tem seu nome identificando a praça central da cidade. (nota do autor)
[10] Foi o republicano de maior expressão do Estado do Rio Grande do Norte, sendo o primeiro Governador do Estado. Membro de uma das famílias mais importantes do Nordeste Brasileiro. (Cf. Daniel Galvão)
[11] Arquiteta e Diretora do Centro de Documentação Cultural da Fundação José Augusto. Natal- RN e Diretora Sub-Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Natal – RN. Publicou matéria no “Jornal O POTI” de 22 de março de 1992 sobre o histórico da cidade de Pedro Velho.
[12] Montanhas: era município atrelado ao de Pedro Velho, conseguiu sua emancipação em 1962. (Nota do autor)
[13] É atualmente o grande centro comercial mais próximo da cidade de Pedro Velho – RN. (Nota do autor)
Pedro Velho - RN | ||
Dados Básicos - IBGE 2010 | ||
População | Área | Bioma |
14.119 hab. | 192,71 km2 | Caatinga e Mata Atlântica |
Unidade federativa | Rio Grande do Norte | |
Mesorregião | Leste Potiguar IBGE/2008[1] | |
Microrregião | Litoral Sul IBGE/2008[1] | |
Municípios limítrofes | A Norte com Várzea, Nova Cruz e Espírito Santo; a Leste com Canguretama; a Oeste com Montanhas e Nova Cruz e a Sul com o Estado da Paraíba. | |
Distância até a capital | 73 km | |
Características geográficas | ||
Densidade | 73,1 hab./km² | |
Fuso horário | UTC-3 | |
Indicadores | ||
IDH | 0,626 médio PNUD/2000[3] | |
PIB | R$ 37.319 mil IBGE/2005[4] | |
PIB per capita | R$ 2.667,00 IBGE/2005[4] | |
Fundação | 10 de maio de 1890 | |
Gentílico | pedrovelhense |
Veja mais fotos abaixo.
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Mapa do RN: localização de Pedro Velho |
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Foto satélite de Pedro Velho-RN |
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Túmulo da Filha de Fabrício Maranhão no cemitério situado por trás da igreja de Santa Rita Os mais antigos dizem que era o exclusivo cemitério dos ricos. |
Casa e cartório da Família de Joaquim da Luz |
Junta de Alistamento Militar |
Saída para Montanhas |
Rua Professora Elizabeth de Castro |
Centro da cidade |
Centro |
Fórum e Ministério Público |
Rua João Pessoa |
Fórum Municipal |
Uma das primeiras casas da cidade: antiga Telern |
Antigo Clube Aquário. |
Rua João Pessoa |
O antigo aquário não existe mais. |
Avenida Prof. Genar Bezerril |
Antigo Fórum e hoje o PETI |
Centro de Idosos |
Rodoviária |
Fazenda Caipira |
Conjunto José Agripino |
Escola Est. Dr. Pedro Velho |
RN 269 |
Ao fundo o Hospital |
O matadouro público e o Morro (Acampamento) |
Pórtico - entrada da cidade |
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Pedro Velho de Albuquerque Maranhão 1º Governador do RN |
Sede de blog: http://clednews.blogspot.com/ |
Escola Estadual Fabrício Maranhão |
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Antiga Praça Pedro Velho, Natal, RN |
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Busto de Pedro Velho em Natal-RN |
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Praça de Pedro Velho à noite |
Balneário do rio Piquiri |
Balneário de Pedro Velho |
Balneário conhecido por Piscina de Pedro Velho |
Terminal Turístico do Agreste |
Os bares ao ar livre na praça central |
Fachada da Igreja de Santa Rita na velha Cuitezeiras |
Praça espaço do povo |
A ponte do rio Curimataú |
Praça Centenário |
Nova Casa Paroquial: Padre Cláudio |
Comércio de Pedro Velho na rua principal |
Rua 12 de outubro |
Prefeitura |
Pedro Velho: vista do cemitério |
Morro |
Rua sete de março |
Samaumeira: Pau Grande |
Posto de gasolina |
Museu de Sr. Jajau - frente |
Cruzeiro da antiga Cuitezeiras |
Igreja de Santa Rita na rua sete |
Interior do Igreja Matriz de São Francisco de Assis |
Avenida José Targino |
Interior do Ginásio de Esportes: O Brasileirão |
Rua do Lodo |
Loteamento Vila Nova |
Em breve mais fotos e mais história.
Por Cledenilson Moreira.
Parabéns, Cled. Excelente narrativa. Vou continuar acompanhando os próximos posts.
ResponderExcluirVem aí um post sobre a construção da Ponte de Pedro Velho sobre o rio Curimataú com fotos de 1967 inéditas e interessantes.
ResponderExcluirAdorei suas fotos não moro aí mais me recordei de muitas coisas... obrigadão !!!
ResponderExcluir' Muito bom, goosteei, belo trabalho !
ResponderExcluirParabéns. faale sobre o esporte
faalta mas foto do loteamento, do estadio de futbool. abraço!
É ótimo ver as fotos da cidade e acompanhar passo a passo as transformações da cidade ao decorrer do tempo. Parabéns pelo belo trabalho. Agora que descobri esse blog vou sempre acompanhar as novas postagens.Vendo as fotos do balneário e da praça Claudino Martins confesso que me decepcionei um pouco, não parece a praça dos anos 90 e nem o balneário outrora tão bem cuidado...uma pena que nem todas as mudanças foram para melhor.
ResponderExcluirAbraço.
Olha Clednews ou cledenilson por mais que não me conheçam Residuo-me no Estado da Paraiba no Municipio de Cuitegi-PB e quero com todo orgulho e prazer de contar pra vocês a minha Historia em Pedro velho-RN primeiro quero lhes dar meus Parabens pelo Trabalho muito bem exibido e pronuciado deste Blog quero falar que gostei muito e espero poder aconpanhar todo este trabalhado que breve eu tenho certeza que teremos atualizações do conteúdo.assim quero continuar a minha historia. Bom em 1996 eu Leandro Carvalho mais conhecido pelo Apelido de Léo Me mudei de um sitio chamado poções No Municipio de Pilões-PB para conhecer os potiguais no Rio Grande do Norte Exatamente em Pedro Velho-RN Ao Chegar na cidade senti-me conformado com a tranquilidade ambiental da cidade fiz novas amizades apesar de ter sido minha Infacia Aos 7 anos estudei pela primeira vez na Escola Estadual Fabrico Maranhão lá foi onde Aprendi a conhecer um A onde hoje posso diser Eu,sei Ler!o primeiro bairro que morei Chamava-se o Lotiamento na (rua do campo) o segundo bairro foi o conjunto josé Agripino famoso Iraque. depois no Morro. deste então conheci o laser da cidade o Balneario pontos historicos como o Pau-Brasil (Pau Grade) e outras maravilhas que não posso esquecer. hoje estou aqui na paraiba onde vivo sem Lar,sem um abrigo onde possar viver com minha Esposa.sem trabalho. vivendo na Esperança de um dia Voltar a Cidade dos meus sonhos Pedro Velho-RN minha Familia Vivia muito bem ai em Pedro velho nós tiamos uma casa boa no Iraque viviamos muito bem nas condições finaceiras meu pai tinha saúde hoje vive deficente.meu imão tinha seu trabalho digno hoje vive sofrendo em bicos. nossa vida mudou muito mais pra pior ao chegar neste municio de Cuitegi-PB não tem trabalho nem movimentação nos comercios. saimos de pedro pra cá em 1999 por causa de uma Ilusão de minha vó que incentivou meus pais a vim morar aki neste lugar. espero poder conceguir voltar a pedro velho se ao mesno conhesguir um lar voltei a desfrutar de 1 tudo que este lugar possa me oferecer. Obrigado a vocês obrigado a todos meu telefone pra contato é o (83)87613081 ou (83)87078644
ResponderExcluirParabens pelo plog, pude relembra a rua em que morei quando criança. muito bom e bem informativo...
ResponderExcluirparabéns pelo post, muito informativo, espero mais fotos deste belo lugar.
ResponderExcluircledenilson voce e o cara parabens. so esse blog para proporcionar essa maravilha de conteudo obrigado marcelo lima
ResponderExcluirAmo a Cidade de Pedro Velho. Parabéns pelo belo trabalho. Achei todas as informações e fotos que precisava. Jesus o abençoe.
ResponderExcluirGOSTARIA DE VER POSTADAS AS FOTOS DAS VAQUEIJADAS QUANDO ERA NA RUA 15 DE NOVEMBRO .
ResponderExcluirgostARIA QUE VOÇE DIVULGAÇE FOTos do paudoleo e dos limas pois gostARIA DE VER COMO AS COISAS MUDARAM POR LA...LECIO FLAVIO
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