Consciência, convivência, conveniência e conivência.


Quatro palavras tão parecidas, mas tão diferentes de significado. Ter consciência implica ter uma convivência, mas não necessariamente uma conivência. Esta se apresenta geralmente quando há uma conveniência.
O ser humano nasceu para estudar e pensar, não para comer grama ou capim.

Cabe aqui antes de apresentar a ideia, sabermos um pouco o que cada uma representa. Primeiramente, o que é consciência? “Consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, sentiência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia, e ciência cognitiva”. Essa definição é psicológica, mas para o nosso tema aqui, o que interessa mesmo é a definição que a maioria entende, a popular, o “senso comum”: “ação do indivíduo ou grupo sem o intuito ou vigilância da área central de consciência. Conjunto de processos e/ou fatos que atuam na conduta do indivíduo ou construindo a mesma, mas escapam ao âmbito da ferramenta de leitura e interpretação e não podem, por esta área, ser trazidos a custo de nenhum esforço que possa fazer um agente cujo sistema mental não possui o treinamento adequado”
O eterno Chaplin em sapiência numa crítica bem feita ao ditador Hitler
Chaplin lutou contra censura apesar de ter feito cinema mudo.
Desse modo, o que seria a convivência? No dicionário, esta palavra está relacionada a “vida em comum”. Conforme Thomas Morus, “nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa frase do filósofo inglês ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para o ser humano viver é conviver. É justamente na convivência, na vida social e comunitária, que o ser humano se descobre e se realiza enquanto um ser moral e ético. É uma definição sociológica mais compreensível.
E o que é conivência? Expressa um ato de ser conivente, cumplicidade; colaboração, conluio, maquinação, cumplicidade. Percebe-se que a conivência está voltada para uma atitude, uma postura em relação a um fato ou situação.
E finalmente, o que é conveniência? Segundo Norma (BA) em sua opinião contribuindo para o site “‘Dicionário Informal” afirma: “Conveniente é alguém que utiliza meios que lhe convém, para conseguir algo, sem se importar se está ou não ferindo alguém... que toma partido por um lado que é oposto ao seu, mas, para ficar numa "boa" opta pelo lado contrário... é alguém que é "murista" e não tem uma personalidade formada”.
Quem disse que uns nasceram para mandar e outros para obedecer?
A definição de cada tema abordado se faz necessário para compreendermos que na nossa sociedade essas quatro esferas da vida social se fazem presente no dia-a-dia e convivem mutuamente. A consciência como um estado mental; a convivência enquanto relação necessária de sociabilidade; a conivência como opção ao indivíduo. Ele pode escolher; e a conveniência quando o indivíduo se envolve num jogo de interesses.
O que de fato observa-se é que a conivência hoje está silenciando nossa consciência e modificando a nossa convivência por uma questão de conveniência ao mau-caratismo. As pessoas inebriadas pela sede de poder fragilizam a mente e os valores como: caráter, amizade, respeito e compreensão em troca de uma conivência de interesses individuais.
Observando um comentário de Mário Bentes no Observatório da Imprensa de 21 de outubro de 2008, captei a seguinte indagação sobre esse assunto: “O cerne da questão é: se sabem que tudo está errado, por que o silêncio? Pelo emprego? Pelo salário? Essas são boas tentativas, mas não justificam. Não justificam porque tais argumentos escondem a real essência dos fatos: a conivência, o comodismo, a banalização do crime, do mau-caratismo e do mau jornalismo. Talvez estas motivações não sejam válidas para todos os jornalistas, mas, sem dúvida, esta última vem a calhar a outros: a covardia.
Quem cala consente!?
A questão apontada aos jornalistas pode facilmente ser estendida a outras categorias que presenciam o mesmo problema. Percebemos que essa troca de valores se dissemina por todo o Brasil. É notória em várias cidades do nosso Estado, principalmente, Pedro Velho-RN.
Portanto, diante de vários fatos e situações recorrentes ao nosso cotidiano, estamos vivendo na conveniência do silêncio; na conivência do equívoco; na convivência do absurdo e com a consciência roubada.

Comentários

  1. Não devemos julgar outros povos a partir de nosso ponto de vista, mas sim compreendê-los dentro de sua própria cultura.
    Na politica isso é muito dificil por que “As origens implicam causas; os começos implicam diferenças”. Ai eu pergunto onde esta a diferença?
    Mais com base no texto: “A emoção da politica costuma ser um vicio forte e letal...
    Pois a “politica é uma droga.”
    "Quem disse que uns nasceram para mandar e outros para obedecer?"
    ai eu respondo a vc "Não zombe de um filhote fraco, ele pode torna-se um tigre mortal ou brutal."

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